Backstage News DF 21/02/2019 – Reajustes: depois da PCDF, Ibaneis propõe paridade para a PMDF

O Backstage News é um produto diário da Tracker Consultoria que reúne os principais colunistas de política do DF com informações dos bastidores do Poder.

 

CORREIO BRAZILIENSE

Eixo Capital
Ana Maria Campos

Passeio em Orlando como propina na saúde
Os promotores de Justiça responsáveis pela Operação Checkout encontraram evidências de que um servidor da Secretaria de Saúde ganhou passagem e diárias para uma temporada em Orlando com a mulher, pagas pela empresa que forneceu macas, leitos de hospitais e outros tipos de mobiliários para unidades da rede pública. A emissão dos bilhetes e voucher do Hotel Rose Inn, na International Drive, ocorrida em janeiro de 2015, para o casal ficou por conta da empresa Hospimetal, fornecedora dos produtos por meio de ata de registro de preços.O servidor que visitou a terra do Mickey Mouse estava lotado justamente na área responsável pelas compras, a Gerência de Hotelaria, da Secretaria de Saúde. E-mails trocados com a empresa e uma agência de turismo foram obtidos na primeira fase da operação, ocorrida em julho do ano passado. Na segunda etapa, realizada ontem, os promotores de Justiça da força-tarefa de combate à corrupção na saúde, encontraram uma nota fiscal que atesta a despesa, na agência de turismo, alvo de busca e apreensão em São Paulo. A Operação Checkout está sob a responsabilidade do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF. Para os promotores de Justiça, a viagem foi uma recompensa que tem nome: corrupção.

Vem aí o SOS Parques
O secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, escolheu o Parque Saburo Onoyama, em Taguatinga, como projeto-piloto para o SOS Parques, programa a ser lançado na próxima semana. A ideia é revitalizar todos os 17 parques em funcionamento no DF, com ações como melhorias na segurança, na iluminação, nos banheiros e nos equipamentos à disposição dos frequentadores.

Coordenador-geral do Fórum de Governadores
Ibaneis Rocha (MDB) foi escolhido coordenador-geral do Fórum Permanente dos Governadores. Será uma espécie de porta-voz das demandas dos estados. Os chefes dos Executivos vão se reunir a cada dois meses, sempre em Brasília, a não ser em casos excepcionais. Hoje há uma agenda com 20 pontos de interesse comum, mas os governadores vão apresentar uma proposta alternativa para reforma da Previdência, levando em conta aspectos regionais. A expectativa é de que hoje o projeto não teria mais do que 50 votos na Câmara dos Deputados.

Discussão sobre reajuste da PM é mais complexo
Antes de apresentar uma proposta de reajuste para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros, o governo Ibaneis Rocha precisa resolver uma questão: vai manter ou não o auxílio-moradia das corporações? Será incorporado? Complexo. O governador explicou ontem que o Tribunal de Contas da União (TCU) analisa a legalidade do benefício, concedido no governo de Agnelo Queiroz por meio de decreto. Já há um voto, do relator do caso, ministro Aroldo Cedraz, que aponta a irregularidade da medida.

Chefes dos MPs apóiam pacote de Moro
O Conselho Nacional dos Procuradores gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) divulgou nota de apoio ao pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. A entidade que reúne os chefes dos Ministérios Públicos de todo o país se colocou à disposição para ajudar no debate. “O projeto tem o mérito de deflagrar a discussão de dezenove importantes pontos de aperfeiçoamento normativo em prol de uma maior efetividade e eficiência da justiça criminal”, afirma o CNPG, que tem como presidente em exercício o procurador-geral de Justiça do Piauí, Cleandro Alves de Moura.

À QUEIMA-ROUPA
“A nossa preocupação é entregar para a sociedade o que ela espera, sem se preocupar com aquela caixinha de direita ou de esquerda”
Deputada distrital Júlia Lucy (Novo)

Você é a única deputada do Partido Novo no DF. O que seu mandato traz de novidade?
A independência para poder realmente representar as pessoas. Quando a gente chega sem dever favor, pode escutar os anseios, estudar os projetos com transparência, com tecnicidade e votar de acordo com as convicções que a gente colheu da sociedade e que também concorda que sejam as melhores. A novidade é a forma de fazer política. Eu terei o primeiro programa de compliance para trazer mais transparência aos nossos posicionamentos. A gente viveu no país a Lava-Jato, viu o que é um lobby que não pode ocorrer.

Como funciona esse programa de compliance?
A gente está desenvolvendo um código de ética, com uma série de regras, o que pode ser feito ou não, como reuniões, parcerias… Tudo para que não contamine os projetos que a gente apresente ou nossos votos. Muitas vezes a gente vê um direcionamento do voto do parlamentar para determinadas empresas, para segmentos que ele tem participação direta ou que representa um grupo que financiou a campanha, mas não necessariamente é a melhor opção republicana. Isso compromete muito a racionalidade daquele voto. Quem me acompanha vê que trabalho com transparência e sabe minhas pautas.

E quais são as suas pautas?
Primeiro é a fiscalização que é o que mais falta na Câmara. Esse perfil fiscalizador, investigador, analítico dos dados. Queremos apresentar políticas públicas com base em informações técnicas.

Você não quer reconhecida como uma deputada que aprova muitas leis e sim como alguém que fiscaliza? Também quer revogar leis inócuas?
Isso, um papel fiscalizador. Sobre as leis, a gente se reúne com representantes do setor produtivo para saber quais são as que dificultam a atividade produtiva. A gente faz uma análise de constitucionalidade e de legalidade e coerência, aplicabilidade e pertinência. Algumas são totalmente impertinentes.

Dá exemplo de uma lei que você considera impertinente?
A obrigatoriedade de venda de preservativos em restaurantes e lanchonetes. É uma interferência direta na atividade econômica que muitas vezes até constrange os consumidores. Traz uma dificuldade de logística.

Você tem uma posição liberal, mas tem votado de forma semelhante aos deputados do PT e PSol. O que há de comum nos mandatos?
Eu sou independente. Já votei com o governo e contra. Inclusive nesse projeto da militarização nas escolas, votei com o governo, diferente da oposição porque estudei o assunto e vi que o projeto era legal, constitucional e interessante para a população. Então, sempre vou votar favorável ao que for bom. A nossa preocupação é entregar para a sociedade o que ela espera, sem se preocupar com aquela caixinha de direita ou de esquerda.

CB. Poder
Ana Maria Campos e Helena Mader

Máfia dos Concursos: Justiça condena cinco à prisão e ao pagamento de R$ 1 milhão
A Vara Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras condenou, nesta quarta-feira (20/02), cinco integrantes da Máfia dos Concursos à prisão e ao pagamento de R$ 1 milhão a título de danos morais coletivos pelos crimes de organização criminosa e fraude a certame de interesse público. Conforme as investigações, eles se dividiam entre as tarefas de adulterar os exames de concursos, captar clientes e negociar vagas. Outras duas pessoas foram absolvidas por falta de provas. Cabe recurso.
Entre os condenados, está Ricardo Silva do Nascimento, preso preventivamente desde outubro de 2017. Funcionário do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), ele era responsável por retirar do cofre os cartões de respostas dos candidatos beneficiários da fraude para o preenchimento com o gabarito correto.
Para o juiz Wellington da Silva Medeiros, os autos comprovaram que Ricardo fraudou o concurso para delegado da Polícia Civil de Goiás. O magistrado o condenou a 10 anos, 3 meses e 27 dias de prisão em regime fechado e ao pagamento de 38 dias-multa (1/10º do salário mínimo vigente). Decretou, ainda, que o réu perca o cargo público. O Correio entrou em contato com o Cebraspe e aguarda uma resposta da instituição.
Apontado como um dos cabeças da organização criminosa, Antônio Alves Filho foi sentenciado a 8 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão em regime fechado, mais 33 dias-multa. Conforme as investigações, ele atuou na fraude de um concurso da Secretaria de Educação e foi o responsável pelo aliciamento de Ricardo Nascimento.
Uma das candidatas que prestou depoimento e admitiu ter comprado resultado de um concurso promovido pelo Cebraspe contou aos policiais civis que, dois dias depois da prova, esteve na casa de Hélio Ortiz, o líder da “Máfia dos Concursos”, e se encontrou com Antônio Alves Filho. Ele chegou com a prova dela em branco dentro de um envelope para que ela fizesse o concurso. A moça escreveu a redação e devolveu para Antônio que concluiu as respostas.

Cliente e aliciador
Outro sentenciado começou como cliente. Condenado a 3 anos, 5 meses e 3 dias de reclusão em regime semiaberto, além de 20 dias-multa, André Luiz Santos Pereira chegou a comprar uma vaga e, depois, passou a ajudar a organização a conseguir mais clientes, segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). André responderá em liberdade.
Tinham o papel de aliciamento, ainda, Edney de Oliveira Santos e Weverson Vinicius da Silva. O primeiro pegou 6 anos, 5 meses e 17 dias de prisão em regime semiaberto, mais 20 dias-multa. O segundo, preso preventivamente, deve ficar atrás das grades por 6 anos, 9 meses e 27 dias em regime fechado, além de pagar 20 dias-multa.
O juiz ainda condenou os cinco à suspensão dos direitos políticos e os proibiu de assumir cargos e funções públicas pelo prazo de oito anos após o cumprimento da sentença. O magistrado reduziu o valor da multa por danos morais coletivos de R$ 2,7 milhões, como havia sugerido o MPDFT, para R$ 1 milhão. O Correio tenta contato com a defesa dos envolvidos.

Primeira condenação
Em julho de 2018, a Justiça condenou os quatro líderes da Máfia dos Concursos. Hélio Ortiz e seu filho, Bruno Ortiz, pegaram penas de nove anos de reclusão. Rafael Rodrigues da Silva Matias, braço direito dos Ortiz, foi condenado a sete anos e um mês de cadeia. No caso de Johann Gutemberg dos Santos, que intermediava os contatos entre a máfia e os concurseiros, a pena imposta pela Justiça foi de cinco anos e oito meses de cadeia. A Vara Criminal de Águas Claras determinou ainda que os quatro condenados paguem R$ 1 milhão a título de danos morais coletivos.
As investigações começaram em fevereiro de 2017, após a realização de um concurso para o Corpo de Bombeiros. As fraudes em concursos eram praticadas de quatro formas: com o uso de ponto eletrônico, com celulares escondidos em banheiros, com a participação de bancas examinadoras, que recebiam folhas de resposta quase em branco e as preenchiam com o gabarito oficial e, também, com fraudadores usando documentos falsos para se passar pelo verdadeiro candidato. Como contrapartida, os beneficiários das fraudes pagavam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil de entrada e, após a aprovação, pagavam até 20 vezes o salário da vaga comprada.

 

JORNAL DE BRASÍLIA

Do Alto da Torre
Millena Lopes & Francisco Dutra

Alargando o cinto
A Câmara Legislativa do DF (CLDF) votou em segundo turno e aprovou ontem, o projeto que permite ao DF aderir ao Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal (PAF). Dentre outras coisas, isso possibilita ao governo local ampliar sua capacidade de endividamento junto à União. A contrapartida é que também dá poder ao Buriti para congelar salários e aumentos previstos.

Índice de risco
A equipe econômica do governador Ibaneis Rocha (MDB), contudo, assegura que não haverá congelamento de salários e que a adesão ao PAF serve para elevar o índice do DF como bom pagador de dívidas. Atualmente, estamos na classificação “C” e existe a previsão de subir para a “B”. Isso é considerado importante para que a capital possa obter mais empréstimos junto aos cofres federais.

Manobra bem feita
Como não podia deixar de ser, a reduzida, porém combativa, oposição ao governador Ibaneis na Câmara conseguiu inserir emendas próprias ao projeto.
Na última terça, o grupo havia obstruído a votação ao retirar quórum da sessão sem precisar sair do plenário. Eles queriam que medidas previstas com a adesão ao PAF, como o próprio congelamento de salários, fossem submetidas à CLDF sempre que iniciadas. Deu certo, e vai ser assim mesmo.

Pregação
O Fórum dos Governadores, sediado no CICB ontem, foi mais um evento para o governo federal martelar a importância da Reforma da Previdência junto aos representantes das 27 unidades da federação. Bolsonarista de última hora, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), deixou o evento dizendo aos jornalistas que estava tudo certo para o projeto ter apoio maciço pela aprovação, mas a história não era bem essa.

Não é bem assim
O governador do DF, Ibaneis Rocha, foi categórico ao dizer que, da maneira como estava, a reforma não passaria, e ainda ironizou a declaração de Dória, ao comentar que cada um fala o que quiser. Uma das cartas na manga apresentada durante o encontro pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi a proposta de um pacto federativo entre os estados e o DF. Desta vez, Ibaneis concordou integralmente.

10 para mim, 60 para você
O pacto viria como uma ação maior permeada de várias coisas, dentre elas reformas como a da Previdência. A ideia é usar as mudanças para descentralizar a distribuição de recursos pelo País. “É necessário que isso seja alterado à base seja mais favorecida, ou seja, 60% dos recursos devem ir para os municípios, 30% para os estados e 10% para a União. E não o contrário”, sugeriu Guedes.

Fica para a próxima
O Fórum foi uma via de mão dupla. Se o governo compareceu para pedir apoio, os governadores foram todos com os pires na mão para reivindicar. Ficou decidido que todos eles e o ministro Paulo Guedes se encontrarão novamente em 19 de março para decidir o que pedir. A Lei Kandir, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), a desoneração da folha de pagamento e projetos que tratam e débitos fiscais dos estados em tramitação na Câmara dos Deputados estão entre os assuntos previstos.

Com o Banco Mundial a tiracolo
O senador brasiliense Izalci Lucas (PSDB) conduziu o vice-presidente – e presidente interino – do Banco Mundial para a América Latina, Alex Van Trotsenburg, e o diretor Martin Raiser por uma série de gabinetes badalados em Brasília. Passaram parte da manhã de terça-feira circulando pelo Palácio do Planalto, onde estiveram com o chefe da Casa Civil, Ônyx Lorenzoni, e com outras autoridades do Executivo. À tarde, se encontraram com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Resgate dos estados
Não, não foi um périplo turístico. Izalci quer turbinar parcerias entre o Banco Mundial e o Brasil para financiar projetos engavetados por falta de recursos estaduais, ou mesmo municipais, a fim de prestar as contrapartidas padrão. “Falamos sobre o problema da capacidade de endividamento dos estados e a viabilidade de mudanças nos procedimentos de avaliação do Banco Mundial para a concessão de empréstimos para o País”, explicou o senador, ao comentar a difícil situação fiscal das unidades da Federação, entre elas o DF.

Fora da tempestade
No meio da turbulência da demissão do ministro Gustavo Bebianno e das denúncias sobre os laranjas do PSL, o senador amazonense Plínio Valério (PSDB) defendeu, ontem, que o Legislativo não se deixe contaminar pelo clima de tempestade. “As pessoas têm que entender que o Parlamento não é um quartel, não é uma vara cível ou uma vara criminal. No quartel, a ordem é dada pelo general e é cumprida. No Judiciário, sentença não se discute, executa-se. Aqui, não. Aqui é diálogo, aqui é conversa”, avisou. Só com esse clima, disse, é que se votará a reforma da Previdência ou o pacote anticrise.

Puxadinho
Plínio Valério foi aparteado pelo senador brasiliense José Antônio Reguffe. Para ele, “o Senado tem justamente a missão traçada por Plínio Valério, o papel de um Poder moderador, de um Poder que age a favor do País”. Infelizmente, acrescentou Reguffe, “o Poder Legislativo, às vezes, age como um puxadinho do Poder Executivo e, às vezes, age fazendo chantagens e barganhas junto ao Poder Executivo, atrapalhando o desenvolvimento do País, criando obstáculos para o desenvolvimento do País, lutando por coisas que não são republicanas“.

 

METRÓPOLES

Grande Angular
Lilian Tahan

Sinpol sobre paridade com a PMDF: “Injusta e demagógica”
Pouco após aprovar, em assembleia nesta quarta-feira (20/2), a proposta de reajuste salarial de 37% parcelado em seis vezes anunciada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) partiu para o ataque em defesa do benefício.
O Sinpol afirma que a paridade entre PCDF, PMDF e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal é “injusta e demagógica”. “É falacioso o discurso de um tratamento privilegiado aos policiais civis, quando, na verdade, eles foram os mais preteridos até aqui”, diz o sindicato, em nota.
A entidade divulgou uma longa lista de benefícios que seriam concedidos aos militares e negados aos civis. Entre eles, direito a horas extras, auxílio-uniforme, menores descontos previdenciários, hospitais e escolas subsidiados com recursos públicos e até mesmo condições especiais em programas governamentais de moradia.
O texto é uma reação às críticas da Associação dos Oficiais da PM (Asof), que, também por meio de nota, afirmou entender a concessão do reajuste à Polícia Civil, considerada “merecida”, mas ressaltou que os militares aguardam tratamento igualitário por parte do GDF.
A fim de mostrar a insatisfação, a entidade divulgou uma “atualização no placar da PCDF x PMDF”. Os militares, de acordo com a Asof, estariam perdendo de 5 a 0 em relação aos benefícios concedidos.
Inconformados, alguns militares já confessam ter iniciado uma operação tartaruga – quando o ritmo de trabalho diminui significativamente. O GDF promete apresentar uma proposta à categoria ainda neste mês.

Confira a íntegra da nota do Sinpol
Ainda que setores e figuras públicas ligadas à Polícia e ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal insistam na tese, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) reitera que não existe paridade entre as forças policiais do DF.
Esse posicionamento é necessário, uma vez que dados oficiais, de um levantamento do próprio Governo do Distrito Federal, apontam que, ao contrário do que se ventila por aqueles, os policiais civis têm sido preteridos quando se comparam percentuais de reajuste salarial e outros benefícios concedidos aos bombeiros e policiais militares ao longo dos últimos 15 anos.
Entre 2003 e 2018, por exemplo, enquanto a inflação acumulada foi de 168% (INPC), a PMDF e o CBMDF acumularam reajustes de aproximadamente 261% Já o que foi concedido à PCDF chegou a 148% – portanto, abaixo da inflação e mais de 100 pontos percentuais a menos que as outras duas forças.
Já neste aspecto, fica claro que, em termos de remuneração, a tese de que há uma paridade entre as três forças não se sustenta, uma vez que as remunerações das forças militares acumularam ganhos muito acima da inflação do período, enquanto que os policiais civis ficaram aquém da taxa inflacionária.
Mas o Sinpol-DF vai além: PMs e bombeiros possuem uma ampla rede de assistência à saúde com diversas clínicas, laboratórios e hospitais conveniados, além de hospitais próprios. Possuem cobertura hospitalar completa para os titulares e seus dependentes, em uma rede credenciada que ainda não talvez não seja a ideal, mas que é mil vezes melhor do que a precária assistência à saúde aos policiais civis.
As duas corporações militares também têm escolas militares, de referência, para os filhos, subsidiadas com recursos públicos, sediadas em áreas públicas. Enquanto isso, os filhos dos policiais civis têm disputado vagas na rede pública de ensino.
Policiais militares e bombeiros tiveram acessos a lotes em áreas públicas em becos de várias cidades. Quando completam tempo de serviço, vão para reserva remunerada e recebem, a título de indenização, aproximadamente R$ 200 mil, se for praça, ou R$ 500 mil, se for oficial. Também a depender da patente, são uma das únicas carreiras a receberem auxílio-moradia de, respectivamente, R$ 1.800, se praças e R$ 3.600, se oficiais (benefício que nem mesmo o Judiciário recebe mais).
Servidores das duas forças militares também têm direito horas extras, o chamado “serviço voluntário remunerado”, auxílio-uniforme, também remunerado.
O desconto da previdência para policiais militares e bombeiros é de 7,5% enquanto para os policiais civis é de 11%.
Na PCDF não há sequer banco de horas para compensação da jornada extra – e é comum, no cotidiano das unidades, os policiais civis irem além do horário normal de trabalho. Os policiais civis dispõem apenas da Policlínica e, caso não queiram depender da rede pública, precisam pagar plano de saúde de forma particular. Também não há escola da Polícia Civil e, por isso, os filhos dos policiais estudam em escolas públicas ou em particulares, cuja mensalidade é custeada do próprio bolso.
Se há paridade entre PCDF, PMDF e CBMDF (nem mesmo a legislação é semelhante), o mais justo seria que todos aqueles benefícios fossem comuns a todos, incluindo a diferença de 100 pontos percentuais entre o acumulado nos reajustes dos últimos 15 anos.
É injusto e demagógico, neste momento, defender uma paridade entre as forças de segurança do DF que nunca existiu. É falacioso o discurso de um tratamento privilegiado aos policiais civis, quando, na verdade, eles foram os mais preteridos até aqui.
Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF)

 

BLOG RISCOS E TENDÊNCIAS
José Maurício dos Santos

A vez da PMDF e CMBDF
Com o objetivo de agradar a categoria dos policiais militares do Distrito Federal após anunciar ontem (20) proposta de reajuste salarial de 37% para a Polícia Civil, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) anunciou que irá recompor os salários da PM por meio do auxílio moradia para evitar problemas jurídicos.

TCU questiona 1
No entanto, o Tribunal de Contas da União já se manifestou contrário à ideia. O TCU alega que o Fundo Constitucional do DF, também destinado para custear despesas com a Segurança Pública da Capital Federal, está sendo usado em quase toda a sua totalidade (91%) para pagamento de pessoal, em detrimento dos investimentos para a estruturação da área.

TCU questiona 2
Segundo o Tribunal de Contas, as despesas com recursos humanos da PM cresceram, cerca de 10% ao ano. Já o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil tiveram um aumento médio anual de 9,7% e de 5,7%, respectivamente. Já o reajuste do FCDF foi de 8,3%.

TCU questiona 3
O TCU alerta para o aumento exacerbado do auxílio-moradia dos policiais militares. Um coronel com dependente, por exemplo, teve seu benefício reajustado de R$ 143,91, em agosto de 2014, para R$ 3,6 mil, em setembro de 2016.

Gastos Excessivos
Em 2013, o gasto total com auxílio-moradia foi de R$ 13,88 milhões. Em 2014, foi de R$ 57,87 milhões, um aumento de 317%. Em 2015 os gastos atingiram R$ 173,38 milhões. Em 2016, R$ 319,54 milhões e em 2017, R$ 559 milhões. Um total de R$ 948 milhões.

Plano B
Ibaneis terá que ter um plano B para garantir a paridade de reajuste entre as polícias do DF com recursos do DF, em vez da União, caso o TCU e o Poder Judiciário criem empecilhos para que a sua ideia não seja levada adiante.

 

BLOG DO FRED LIMA

Privatização parcial da CEB e CAESB modernizariam os setores de luz e água e enfraqueceria a política estatizante da esquerda
O DF foi governado nos últimos oito anos por partidos de esquerda, que enxergam no estado máximo a melhor forma de melhorar os serviços oferecidos à população. Apesar do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ter aderido às Parcerias Público-Privadas (PPPs), o estatuto de seu partido é totalmente estatizante, isto é, contra o estado mínimo e a favor do aumento da máquina pública.
Ao anunciar que o Executivo iniciou os estudos para verificar a possibilidade de privatizar parcialmente as companhias Energética de Brasília e de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CEB e Caesb, respectivamente, o governador Ibaneis Rocha (MDB) deu o tom de seu governo, rompendo com o estatismo e adotando um modelo de gestão moderno, sem as amarras burocratas.
Os sindicatos vão chiar, pois são as veias do Estado máximo, mas o Buriti não pode ceder às pressões de grupos que estão preocupados somente com políticas imediatistas e sem abrangência.
Um estadista deve ouvir à voz que vem das ruas, porém, cabe a ele interpretá-la e optar pelo melhor caminho. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus. Ter coragem de tomar medidas impopulares é fundamental para o saneamento econômico de qualquer governo.

 

BLOG DO DONNY SILVA

PRB divulga Nota de Esclarecimento
O senador Mecias de Jesus (PRB-RR) nega a acusação publicada hoje por uma revista e replicada por outros veículos de comunicação de que o mesmo teria tentado fraudar a eleição para a Presidência do Senado.
Mecias de Jesus afirmou ao jornalista que o abordou no corredor do Senado que não havia sido informado pela Corregedoria a respeito da suposta suspeição sobre seis senadores. Tampouco sobre o andamento das investigações, que são sigilosas, bem como não tem conhecimento dos procedimentos.
E afirma estar com a consciência limpa.

 

BLOG RÁDIO CORREDOR
Odir Ribeiro

Agora é a vez da PMDF
Depois de anunciar o reajuste para a Polícia Civil, o governador Ibaneis Rocha sinaliza recomposição salarial par a Polícia Militar do Distrito Federal.
De acordo com informação do Metropóles, o GDF quer incorporar o valor do auxílio-moradia à remuneração. Essa proposta, para quem não lembra, foi anunciada por Ibaneis na campanha.
Atualmente o pagamento do benefício com recursos do Fundo Constitucional do DF FCDF é questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Ainda tem Corpo de Bombeiros, Saúde, Educação…

Leila esquentou audiência
Corria tranquila a audiência com a ministra de Direitos Humanos no Senado Federal, Damares Alves, até a intervenção da senadora Leila do Vôlei, quer dizer, Barros (PSB/DF).
A parlamentar questionou sobre se a ministra seria ministra ou pastora e se as bandeiras relacionadas às mulheres e LGBTI teriam o tratamento devido por ela.
No meio da pergunta, surgiram vozes no meio dos presentes citando sua atuação pré-senado.
Nem todos ouviram, mas pela alteração de humor e resposta da senadora, a representatividade dela foi colocada em xeque.
Ao que ela rebateu “que entrou pela porta da frente como todos os parlamentares presentes” e que representou sim, como jogadora, os brasileiros, Brasil afora.
Depois disso, a reunião voltou à calmaria de antes. E, em tempo, a senadora ficou satisfeita com a resposta da ministra.

Fogo no Cerrado
Em 2018, houve diminuição de 54% da área queimada no Distrito Federal, com relação ao ano anterior. O resultado positivo, pelo segundo ano consecutivo, foi possível graças a uma série de ações realizadas na capital por meio do Comitê do Plano de Prevenção, Preparo e Combate aos Incêndios Florestais.
Coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) e composto por representantes do Corpo de Bombeiros, Aeronáutica, Marinha, Ibama, IcmBio, Ibram e outras instituições parceiras, o grupo quer diminuir ainda mais o tamanho da área queimada.
Nesta quarta-feira (20), o comitê aprovou as ações do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF-DF) que serão realizadas de março a outubro, incluindo ações de prevenção e de combate durante o período de seca considerado mais crítico no DF.
O novo plano contempla pelo menos nove medidas, como o mapeamento de locais onde estão sendo depositados resíduos sólidos em áreas protegidas e seu entorno e o reforço do policiamento e a integração da fiscalização em áreas críticas.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, José Sarney Filho, “é a ação humana, intencional ou por negligência, a maior causa dos incêndios florestais no DF, deixando as unidades de conservação e a população vulneráveis”.

 

CONECTADO AO PODER
Sandro Gianelli

Vereador entra na justiça contra aumento de tarifas do transporte coletivo do entorno do DF
Para o vereador Rogemberg Barbosa o aumento da passagem é abusivo e desrespeitoso com a população
No último sábado (16), o vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Águas Lindas, Rogemberg Barbosa protocolou na 16˚vara cível uma representação contra o reajuste da tarifa do transporte coletivo do Entorno do Distrito Federal. Na ocasião o vereador ressaltou sua indignação com o reajuste de 5,23% que passaria as passagens de Águas Lindas de Goiás para R$ 7,05 prejudicando o trabalhador que mora no entorno e trabalha no DF.
“Se houver o aumento das passagens vai gerar um desemprego tamanho para a comunidade de Águas Lindas que hoje vive literalmente no DF. Muitas pessoas vão perder seus postos de trabalho, e infelizmente não temos em Águas Lindas um polo industrial pra atender essa demanda”, afirmou Rogemberg.
Ele também ressaltou que o reajuste é um ato de desrespeito com o cidadão, pois o preço elevado da passagem não é refletido nas condições das frotas em circulação. “Os ônibus permanecem sendo os mesmos e a população usando o transporte como se fosse lata de sardinha – duzentas pessoas dentro de um ônibus. Recebo diariamente por e-mail e redes sociais, fotografias da forma vergonhosa do tratamento que as empresas prestam a população. Não cabe e não tem condições de atender a população adequadamente”, comenta o vereador.
O aumento das passagens foi anunciado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na última sexta-feira (15), o decreto prevê um aumento de 5,23%. A partir do dia 24 deste mês, os moradores do entorno que dependem do transporte público interestadual pra trabalhar no DF diariamente terão que desembolsar mais cerca de 0,30 centavos em cada passagem.
De acordo com o vereador a comunidade não participou de audiência pública e não houve aviso prévio aos prefeitos do entorno. “A comunidade não participou, creio que nenhum dos prefeitos do entorno participou e recebeu comunicação sobre audiências para definir esse aumento. O Ministério Público não deu aval. Foi feito um aval simplesmente pela ANTT”, finalizou Rogemberg Barbosa.
Para Rogemberg a representação é resultado de um trabalho focado em melhorias nas condições de vida da população de Águas Lindas e do entorno.



Jose Mauricio dos Santos
Autor: Jose Mauricio dos Santos
Jornalista, Cientista Político e especialista em Marketing Político.

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